Às 14 horas do dia 4, sábado, Flávio Duprat, considerado o “papa” da afiação. dará uma palestra; já no domingo, no mesmo horário, haverá apresentações de um chefe de cozinha e demonstrações de arqueria e forjamento de uma faca – que é a produção manual do objeto.
Na exposição, os visitantes conhecerão a Faca Sorocaba, conhecida internacionalmente. “Esta faca era usada na época do Tropeirismo como moeda de troca na feira de muares. Muitos estrangeiros, após conhecer a Faca Sorocaba, é que procuram saber a história da cidade”, disse o cuteleiro e um dos organizadores da feira, Luiz Antônio Camargo.
Para Edson Vieira, que também organiza o evento e é cuteleiro há 11 anos, o ofício está crescendo muito na cidade. Ele é advogado e deixou a profissão para se dedicar à cutelaria e ministrar cursos na área. “A demanda de cursos é muito grande. A procura geralmente é por hobby. As pessoas querem fazer facas como terapia”, disse.
Durante o evento, haverá concurso com diversas modalidades, como disputa de melhores facas e melhor faca iniciante, que serão julgadas por uma comissão composta por cuteleiros renomados do País.
A feira ainda terá uma surpresa. O lançamento de um modelo de faca que os organizadores não puderam revelar. “O nome está em segredo, mas será muito importante este lançamento para os cuteleiros de Sorocaba”, afirmou Vieira. Cada faca é considerada uma arte e somente com o tempo o cuteleiro é reconhecido no meio.
“Em 2001, 70% da minha produção era exportada para os Estados Unidos, Alemanha, França, Espanha e Itália”, contou Vieira. O cuteleiro disse que as pessoas que encomendam as facas geralmente são colecionadores, pescadores, chefes de cozinha e até caçadores. A confecção de uma faca pode durar de um mês, pois cada peça é única e os detalhes em couro, prata, ouro são importados. “Cuteleiro precisa conhecer o aço, madeira, ouro, prata entre outros materiais, como fósseis”, afirmou Luiz Antônio.
Uma faca pode custar de R$ 600 a R$ 18 mil, dependendo do material utilizado para fazer o cabo e seus detalhes. Apesar do preço alto, o comprador leva para a casa um certificado de garantia vitalícia
LIVRO - Os dois cuteleiros irão lançar, em breve, um livro do ofício, resgatando a história da faca na cidade. “Faca Sorocaba – o mito” deve ser conhecido ainda neste ano. “Não tivemos tempo hábil para publicar antes da feira, pois o evento tomou muito nosso tempo”, alegou Luís Antônio, que já escreveu oito livros (de diversos segmentos) e coleciona facas desde os 18 anos.
Matéria publicada no jornal Diário de Sorocaba em 31/07/2012
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